
#SOYLONARUA
15 - 19 / SET
FRANCO DA ROCHA
PROGRAMAÇÃO
4º FESTIVAL SOY LOCO POR TI JUQUERY
Na quarta edição do festival de artes Soy Loco Por Ti Juquery, a programação se espalha pela cidade de Franco da Rocha. Ainda tentando se reinventar em meio a uma pandemia, o festival propõe um formato híbrido, no qual apresenta uma série de intervenções que acontecem ao longo dos dias e em diferentes espaços da cidade. É uma espécie de festival happening, que acontece de forma surpreendente, inesperada, transformando o cotidiano da cidade.
Todas as propostas artísticas se relacionam com o Juquery ou com a saúde mental. 2021 também foi um ano marcante na história do Juquery. Em abril de 2021, os nove últimos moradores pacientes do Complexo Hospitalar foram transferidos e o hospital encerrou suas atividades de internação psiquiátrica de longa permanência.
O festival deste ano é em homenagem a todas as pessoas que já passaram pelo Juquery. Moradores, pacientes, trabalhadores, visitantes, artistas, médicos, loucos. O que não pode ser esquecido?
De 15 a 17 de setembro ainda acontece o III Seminário Cultura e Saúde, que desde 2019 integra a programação do Soy Loco. Organizado pela Prefeitura de Franco da Rocha e Museu de Arte Osório Cesar, a programação do seminário estará disponível em: francodarocha.sp.gov.br
A maior parte das atividades acontecerá sem aviso prévio de hora e local, mas algumas das atividades podem receber o público, de forma organizada e responsável, com distanciamento e uso de máscara. E é possível conferir abaixo quais são: Itinerário Juquery; Filme com bate-papo: O Livro de Heydrich; O que não pode ser esquecido quando o Juquery fecha as portas?; Cortejo Canta Liberdade; Visita Guiada do Museu Osório Cesar.

PIPAÇO
Na abertura do festival 500 pipas roxas serão empinadas nos céus de Franco da Rocha, por alunos de escolas da cidade e funcionários do Juquery. Cada participante será convidado a escrever em sua pipa uma palavra ou frase, pensando neste momento de encerramento das internações de longa permanência do Juquery.

ISTO NÃO É LOUCURA
Projeto de arte postal, realizado pelo Ateliê Caderno de Artista, que acontecerá física e virtualmente. Serão enviadas 100 cópias A3 por correio: uma cópia da obra + um trecho da obra de Francisco Rebolo, que retrata o Dr. Osório Cesar em 1939. Estas 100 pessoas que receberam as cartas (previamente inscritas) serão convidadas a criar intervenções sobre a obra e enviar uma foto de sua releitura para o instagram @caderno.de.artista. Este projeto visa problematizar a permanência intacta (até os dias de hoje) de alguns conceitos sobre a relação arte e loucura e propor uma releitura de tal obra, que contém alguns ícones dessa relação: Dr. Osório Cesar e o cachimbo fazendo referência à obra "Isto não é um cachimbo” de René Magritte.
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TERRAPIA: UM CHAMADO DA TERRA
Terrapia: um chamado da terra, propõe pensar na relação entre Arte, terapia e meio ambiente. Propondo a pintura de um mural com uma imagem da Raimunda de Assunção em preto e branco, utilizando cinzas e carvão (em menção a grande queimada do Juquery) com um fundo com formas mais simples e geométrico (onde as pessoas poderão participar junto e experimentar as tintas) pintado com tintas de terra (duas cores pelo menos um tom marrom escuro e um tom marrom avermelhado), coletadas na região do Complexo Hospitalar do Juquery e do Parque do Juquery. Uma pintura que tenha relação com o território e sua memória, um respeito pelo lugar, assim como a utilização das cinzas do recente incêndio ocorrido no Parque. A proposta será executada em forma de pintura ao vivo durante o Festival, nesse momento ficará exposto o material de pintura (terras) e algumas tintas serão produzidas na hora para a pintura, adquirindo um caráter performático demonstrando a transmutação dos materiais em obra de arte.

123 PONTEIROS
Em “123 ponteiros”, Elilson concatena performance, história oral, escrita e produção serigráfica a partir de uma rede telefônica com moradores de Franco da Rocha. 123, número que indica o marco temporal de desativação da ala psiquiátrica do Juquery, indica a quantidade de pessoas que receberão ligações. A cada telefonema, memórias, previsões e provisões sobre o Juquery serão coletadas e concatenadas a partir da frase “Estes ponteiros, como a vida, fluem, ainda que pareçam parados”, inscrita em latim no relógio da Torre Central. Posteriormente, cada participante receberá, via correios, um envelope com uma cartão metalfilm (espelho) contendo a frase, um texto impresso com um relato sobre as conversas em torno do Juquery e instruções de ações elaboradas e partilhadas em conjunto com os moradores. O intuito é estabelecer uma engrenagem afetiva para a ressignificação dos imaginários e imaginações – poéticas e políticas – sobre o Juquery, simbolizando cada participante como um ponteiro mobilizador dessa História sempre em curso.
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VISITA MEDIADA DO MAOC AO JUQUERY
15/09 (quarta-feira): 09h - 11h
18/09 (sábado): 09h - 11h
19/09 (domingo): 09h - 11h
O Museu de Artes Osório Cesar (MAOC) em parceria com o Complexo Hospitalar do Juquery oferece visitas guiadas que exploram fatos históricos do complexo com as obras ali produzidas. As inscrições para participar da ação já encerraram.
Caso alguém não vá no dia, será distribuída senha para vagas remanescentes.

CORTEJO CANTA LIBERDADE
O Cortejo Canta Liberdade é o grito que representa a memória, a força e a luta de vidas negras que habitaram o Juquery, dando visibilidade a quem também fez parte da história. Ao som dos Tambores da Alvorada, na voz Associação Cultural do Véio Griô e Grupo de Capoeira Yorubá, o Cortejo parte do Teatro de Arena Ubirajara Ferreira Braga - Bira, atrás do MAOC, atravessa a ponte de acesso para ao Parque Benedito Bueno de Morais, e faz a volta completa até chegar no mesmo lugar. Finaliza com Roda de Capoeira e Roda de Vivências com os participantes compartilhando memórias do Juquery.

SOY LOCO IN BARROCA
MOSTRA DE CURTAS
A Mostra Soy Loco in Barroca - é um cinema na RUA! Três projeções ao ar livre nas paredes e muros de Franco da Rocha e Francisco Morato com uma série de pequenos filmes sobre cultura e saúde mental produzidos por artistas da região. Temos como contrapartida a integração de grupos artísticos periféricos, a partir da criação de um projeto composto majoritariamente por mulheres residentes da Bacia do Juquery.

CONEXÃO
FRANCO-CORÉIA
A artista sul-coreana Eun-hye Jeong, portadora de síndrome de down, encontra os artistas francorrochenses Satílio e Nailton, usuários do CAPS e reconhecidos pela qualidade de seus trabalhos. Em um projeto de desenhar pessoas ao redor do mundo de forma virtual, Eun-hye propõe uma troca de experiências, uma conversa e troca de desenhos. O encontro será transmitido ao vivo pelo youtube do festival.

FILME ONLINE COM BATE-PAPO: "YOUR FACE" (SEU ROSTO)
Jung Eunhye, uma artista coreana com Syndrome de Down, desenhou mais de 2000 rostos de pessoas ao longo de vários anos. O documentário mostra como a arte pode reconectar com a sociedade e inspirar as vidas daqueles que vivem com uma deficiência intelectual.
A exibição conta com um bate-papo com o diretor do filme, que é pai da artista, Dongil Seo, diretamente da Coréia. E será realizada no youtube do Soy Loco.
17/09 - 19h30

DO JUQUERY PARA O MUNDO
Com o encerramento das atividades psiquiátricas do Juquery no início de 2021, a proposta apresentada pela artista chama-se “Do Juquery para o mundo”. Consiste em uma intervenção artística dentro do Juquery e outra fora em praça pública da cidade de Franco da Rocha. Estas intervenções ocorrerão em árvore(s) escolhidas como suporte(s) para a instalação. Serão amarrados em seus troncos fios de varal com camisetas brancas penduradas com letras estampadas com a técnica do stencil e juntas formarão a frase do título do projeto. Tanto a árvore como a camiseta branca são símbolos marcantes na rotina do Juquery e portanto foram resgatados. A proposta é transformá-los através da intervenção artística junto a pessoas da cidade. As pessoas enxergarão o varal transformado em mural artístico, com fotos de algumas obras do acervo do Museu de Arte Osório Cesar, e poderão co-criar com a artista pintando as camisetas. Ao final da intervenção o varal estará colorido.
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FILME COM BATE-PAPO: O LIVRO DE HEYDRICH
“O livro de Heydrich”: Marcelo Reis, morador do Capão Redondo, diz ser Heydrich, oficial de Hitler. O filme investiga o delírio vindo da história do nazismo, pela perspectiva de um usuário de serviço de saúde mental de um CAPS de São Paulo. Outros usuários manifestam delírios de ordem histórica e política: um se diz judeu, outro se diz anarquista, outra diz ter conhecido Fidel Castro. O filme entrelaça documentário e ficção, num trabalho coletivo das equipes de saúde mental e de cinema: um ator é preparado por Marcelo para viver Heydrich no eixo ficcional; uma equipe produz o figurino; outra, o roteiro; outra investiga a origem do delírio; outra as locações em Paranapiacaba, onde Marcelo diz ter se tornado Heydrich. Trata-se de resgatar e atualizar o tema de "Hitler 3o. Mundo" de J. Agrippino de Paula, observando, com Foucault, que a "loucura é o teatro do mundo" e prefigura as distopias sociais.

FILME NO CAPS: TRAJETÓRIAS DE UMA CRISE
"Trajetórias de uma Crise" é uma ficção que foi roteirizada, produzida e encenada por frequentadores da rede pública de saúde mental do município de Guarulhos/SP. São duas histórias paralelas que retratam a trajetória de duas pessoas em situação de sofrimento psíquico. Um dos personagens é levado ao Hospital público onde tem sua crise contida através de amarras e injeções, a sua revelia. Já a outra personagem é levada ao Centro de Atenção Psíquico Social (CAPS), local onde já estava vinculada e que propõe diferentes estratégias de acolhimento. A exibição está prevista para acontecer no CAPS IJ Franco da Rocha seguida de uma roda de conversa.

BEBEDEIRA E LOUCURA
"Bebedeira e Loucura ” é uma performance itinerante que coloca em cena um jovem preto, entregador de bebidas por aplicativos buscando uma maneira de superar o alcoolismo. Inspirada na obra “Cemitério dos Vivos/Diários do Hospício” do autor carioca Lima Barreto, a performance explora, entre realidade e ficção, a condição de alguém que foi isolado por sua cor, e questiona qual a relação entre raça e a política por uma boa saúde mental para a população preta.

ITINERÁRIO JUQUERY
Massonettos convidam para uma viagem de música acústica, performance e improvisos cênicos, com participações especiais de Ranulfo Faria e Cecília Miglorancia. A ação consiste em música e performance que acontece dentro da jardineira, um clássico ônibus do Juquery, enquanto ela realiza um percurso ao redor do complexo. Para participar, atente-se aos embarques no estacionamento do MAOC e na retirada de senhas no local.
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NÃO DORME MARIA, ACORDA!
Com mensagens de empoderamento, as Flores Odisseianas tomam a rua para recitar poesias e representar mulheres que foram impedidas de se expressar. Com dose de loucura e resistência, o grupo entrega oralidade e potência na voz, além de flores artesanais para as Francorrochense, acompanhada de uma muda de suculenta, com uma arte no formato imã de geladeira, inspiradas na planta "dormideira" com a mensagem, "Não Dorme Maria Acorda".

O QUE NÃO PODE SER ESQUECIDO QUANDO O JUQUERY FECHA AS PORTAS?
O que não pode ser esquecido quando o Juquery fecha as portas? Assim começou a pesquisa das artistas e educadoras Cibele Lucena e Flavia Mielnik, quando receberam o convite para criar uma obra para o festival Soy Loco por Ti Juquery 2021 e se depararam com o fato de que o Juquery estava encerrando as atividades da ala de internação de longa permanência após 123 anos de funcionamento. Esse fato, marcante em tantos aspectos, não podia ser ignorado. A partir da escuta de histórias de ex-funcionárias/os, ex-internas/os e outras pessoas ligadas a luta antimanicomial, a obra foi construída manualmente, com desenhos, textos e colagens, e ganhou a forma de um "livro de artista" que convida o leitor a percorrer uma paisagem complexa, carregada de camadas que precisam ficar registradas antes que se apaguem. No último dia do festival, as artistas convidam o público a conhecer o trabalho em uma roda de conversa e partilha. Conheça as artistas em @flaviamielnik e @cibele_desenha
como participar

PRESENCIAL
Algumas ações do 4º Soy Loco acontecem presencialmente em espaços abertos e com as medidas de distanciamento e uso de máscara. Sugerimos acompanhar o final de semana de 18 e 19 de setembro com diversas ações em Franco da Rocha, no Museu de Arte Osório Cesar e no Juquery.
ITINERÁRIO JUQUERY (Passseio Musical na Jardineira) artistas: Os Massonettos & Ranulpho Faria
local de embarque: estacionamento MAOC
com retirada de senhas
80 vagas por dia
Sábado, 18 - das 15h às 17h
Domingo, 19 - das 10h às 12h
DO JUQUERY PARA O MUNDO
artista: Binak
para participar da ação se inscreva no formulário
Sábado, 18 - 12h às 16h
CINEMA COM BATE-PAPO: O LIVRO DE HEYDRICH
realizadores: DGT Filmes
local: Arena Ubirajara
Sábado, 18 - das 17h30 às 20h30
O QUE NÃO PODE SER ESQUECIDO QUANDO O JUQUERY FECHA AS PORTAS
artistas: Flavia Mielnik & Cibele Lucena local: Arena Ubirajara
Domingo, 19 - das 14h às 15h30
CORTEJO CANTA LIBERTADE
artistas: Associação Cultural do Véio Griô, Grupo de Capoeira Yorubá & Tambores da Alvorada local: Arena Ubirajara
Domingo, 19 - das 15h30 às 17h
VISITA GUIADA MAOC
as inscrições para essa ação já foram esgotadas

VIRTUAL
Durante a semana do festival, teremos algumas ações virtuais que podem ser acompanhadas de qualquer canto do planeta.
III SEMINÁRIO CULTURA E SAÚDE
organizado pela Prefeitura de Franco da Rocha e Museu de Arte Osório Cesar. Será transmitido pelo facebook e youtube da Prefeitura.
Quarta, 15 - das 19h às 21h
Quinta, 16 - das 14h às 18h
Sexta, 17 - das 14h às 18h
CONEXÃO FRANCO-CORÉIA
artistas: Eunhye, Naílton e Satílio
pelo youtube do soy loco
Quinta, 16 - das 9h às 10h
FILME COM BATE-PAPO: Your Face
artistas:
pelo youtube do soy loco
Sexta, 17 - das 19h30 às 22h
ISTO NÃO É LOUCURA
artistas: Ateliê Caderno de Artista
projeto de arte postal que é possível acompanhar pelo instagram @caderno.de.artista

HAPPENINGS
Diversas propostas artísticas acontecem espalhadas pela cidade de Franco da Rocha de forma inusitada, não programada, surpreendendo o público que está circulando pela cidade.
PIPAÇO
ação de abertura do festival
BEBEDEIRA E LOUCURA
artistas: Coletivo Luzamba
SOY LOCO IN BARROCA
artistas: Coletivo BarrÓka
TERRAPIA: UM CHAMADO DA TERRA
artista: Gilberto Junior
123 Ponteiros
artista: Elilson
NÃO DORME MARIA ACORDA
artistas: Odisséia das Flores

COMO ARTISTA
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